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sábado, 25 de maio de 2013

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO



Por Mônica Figueirôa
           No Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XV, Fora da Caridade Não Há Salvação, Allan Kardec, ensina que “Toda moral de Jesus se resume na caridade e humildade, isto é nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho”. Em todos os seus ensinamentos, ele aponta essas duas virtudes com felicidade eterna. (KARDEC, O Evangelho Segundo o Espiritismo, pág. 150).
 



            Mas o que presenciamos no nosso cotidiano, é o contrário dessas máximas. Vejamos os exemplos a seguir:
            Os políticos em campanha praticam “caridade”, por que se sentem indignados com a situação dos menos favorecidos, que sofrem injustamente porque não tiveram uma oportunidade na vida? Ou ao invés de ajudar, estão corroborando para um estado de acomodação desses indivíduos, que recebendo uma “ajuda” financeira, uma doação de cestas básicas, dentaduras, camisetas e etc.? Na maioria das vezes, essas pessoas ficam esperando de campanha em campanha, serem “ajudados”.
Seria mais justa, uma ajuda verdadeira, dando subsídios para que essas pessoas recebessem treinamentos, cursos, ensino formal, para conseguir um emprego, e seguir o seu caminho com suas próprias pernas.
Essa ajuda, nada mais é que o modelo de egoísmo desses candidatos, que praticam essas ações, não no sentido de fazer caridade para com o seu semelhante. Na verdade, agem da maneira mais egoísta que existe, pensando em fazer o bem a si próprio.
            Um segundo exemplo, são esses socialites, que do alto dos seus saltos altos, bolsas, carros e helicópteros, pousam de bons samaritanos, promovendo “eventos beneficentes”, com a desculpa de ajudar os pobres, os órfãos, os idosos, etc. Na verdade, só aparecem nas instituições beneficiadas para entregar a arrecadação, acompanhados de toda a mídia, fazendo um verdadeiro marketing de se mesmos. Nunca fazem uma visita informal, longe dos holofotes, para doar um pouco de carinho e atenção.
            Eis aqui, o verdadeiro modelo do orgulho, que mostra figuras caridosas, apenas em frente às câmeras e as fotos. Essas pessoas só estão preocupadas em parecerem boas e não em serem de verdade.
            Infelizmente, esses exemplos representam o mundo em que vivemos. Um mundo capitalista, que promove um modelo Neoliberal, onde as pessoas e suas ações são vistas como verdadeiros “negócios”, que devem gerar lucros, acima de tudo, não importando as consequências geradas por essas ações negativas.
            Esse mesmo modelo se repete na cidade de Salvador. Apesar de ser conhecida nacional e internacionalmente como uma cidade hospitaleira onde as pessoas procuram ser gentis e está sempre a disposição para ajudar quem vem de fora, na verdade essa ajuda não aparece aleatoriamente, apenas para ajudar o outro ou fazer caridade. A maioria, com algumas exceções, se aproxima dos turistas com o argumento de ajudar, mas, no final das contas, na hora do vamos ver, essas pessoas cobram uma remuneração ou alguma vantagem para retribuir seus préstimos; aquilo que a princípio seria um favor, uma gentileza, no fim das contas, vira negócio.
            A ética é deixada de lado. O que importa verdadeiramente são os resultados obtidos através das nossas ações, que vem sendo praticadas no sentido de valorizar a imagem ou os negócios envolvidos, deixando de lado o compromisso de auxiliar os nossos semelhantes. É uma caridade disfarçada e praticada em benefício próprio.
            

            Um dos maiores exemplos de caridade e humildade que presenciamos na cidade de Salvador, foi o de Irmã Dulce, considerada uma das mais importantes ativistas humanitárias do século XX, sendo referência nacional.
            Durante sua juventude, já acolhia os doentes na casa dos seus pais. Depois de tornar-se freira, Irmã Dulce segue fazendo caridade aos doentes, acolhendo-os num velho galinheiro que existia no convento Santo Antonio. A quantidade de doentes cresceu tanto, que não era mais possível aloja-los nesse lugar. Com essa impossibilidade, Irmã Dulce criou o Hospital Santo Antonio, construído no local do antigo galinheiro. Além do hospital, Irmã Dulce criou e ajudou criar várias instituições filantrópicas.
            Irmã Dulce foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz, no ano de 1988, pelo então presidente do Brasil, José Sarney. Em 2011 foi beatificada pelo enviado especial do Papa Bento XVI, Dom Geraldo Majella em Salvador, sendo a beatificação, o último passo antes da canonização. Irmã Dulce pode se tornar a primeira santa nascida no Brasil.
             Enquanto o ser humano não se conscientizar que ele não vive sozinho no mundo, que suas ações trazem consequências para com o outro, viveremos num mundo de aparências, onde o que é mais importante é nosso bem estar: estar no topo, seja das colunas sociais, no topo da nossa conta bancária ou no topo do poder.

            “submetei todas as vossas ações ao controle da caridade, e vossa consciência vos responderá, não somente ela vos evitará fazer o mal, mas vos levará a fazer o bem: porque não basta uma virtude negativa, é preciso uma virtude ativa: para fazer o bem é preciso sempre a ação da vontade, a inércia e a negligência”. (KARDEC, O Evangelho Segundo o Espiritismo, pág., 154).

Fonte: KARDEC, ALLAN, O Evangelho Segundo o Espiritismo.
            Wikipédia.com

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